Pessoal, a Kika ( a minha bf e minha companheira nestas coisas da escrita) faz os 18 aninhos no próximo dia 06 de Março... Gostaria que, ou aqui, ou no facebook do blogue ( once up on a time) lhe desejassem os parabéns, por favor...
Sara
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Desafio ...
Pessoal, vamos lançar o primeiro desafio destas férias (esperemos que seja bem aceite)...
Chama-se " Leituras de Verão "...
Este consiste, simplesmente, num resumo de um livro que vocês gostem muito.. fazem-no e enviam para eraumavez_blog@hotmail.com... publicaremos a vossa sinopse...
:)
:)
Então pessoal, quem alinha?
Sara
Kika
quinta-feira, 30 de junho de 2011
**Angélico Vieira**
Hoje foi o último adeus a Angélico Vieira. De nome Sandro Milton Vieira Angélico, este rapaz cantou e encantou várias gerações e em várias ocasiões...
Deixou-nos com apenas 28 anos, num acidente de carro, quando se dirigia para Lisboa.
Como pessoas sensíveis, aqui deixamos uma última homenagem...
Gostasses de mim - Angélico Vieira(videoclip oficial)
terça-feira, 28 de junho de 2011
Aviso :(
Caros seguidores, leitores e restantes visitantes:
Como nós dissemos na primeira publicação, uma de nós habita em Aguiar da Beira e a outra habita em Trancoso; uma vez que iniciamos as férias, vamos separar-nos, pois a Sara mantém-se em Aguiar mas a Cristina vai para Coimbra. Desta forma, vamos parar com as publicações do blog em relação há história, pois não achamos justo que a história continue a ser publicada estando nós separadas. Publicaremos anedotas, notícias, talvez lancemos desafios ( se estes tiverem aceitação)... o blog continuará em actividade...
Em Setembro, ponderaremos a hipótese de voltar a publicar na íntegra, tal como fazíamos até agora, os capítulos da história. Até que esta esteja acabada, talvez não seja publicado mais nenhum capítulo completo.
Pedimos que compreendam a nossa situação, pois já fomos avisadas de plágio da nossa história.
Mais uma vez relembramos que continuaremos com publicações.
Sara
Kika
Como nós dissemos na primeira publicação, uma de nós habita em Aguiar da Beira e a outra habita em Trancoso; uma vez que iniciamos as férias, vamos separar-nos, pois a Sara mantém-se em Aguiar mas a Cristina vai para Coimbra. Desta forma, vamos parar com as publicações do blog em relação há história, pois não achamos justo que a história continue a ser publicada estando nós separadas. Publicaremos anedotas, notícias, talvez lancemos desafios ( se estes tiverem aceitação)... o blog continuará em actividade...
Em Setembro, ponderaremos a hipótese de voltar a publicar na íntegra, tal como fazíamos até agora, os capítulos da história. Até que esta esteja acabada, talvez não seja publicado mais nenhum capítulo completo.
Pedimos que compreendam a nossa situação, pois já fomos avisadas de plágio da nossa história.
Mais uma vez relembramos que continuaremos com publicações.
Sara
Kika
sexta-feira, 24 de junho de 2011
final do 3º capítulo
Íamos a entrar para a carrinha quando Patrick nos barricou a passagem:
- Patrick, o que estás a fazer?
Antes que ele me respondesse, Thomas saiu da carrinha e os meus pais aproximaram-se:
- Sam, há muito que tento dizer-te: eu adoro-te… adoro-te desde que entrámos para o 1º ano... adoro-te desde o dia em que fizemos par na dança da escola, quando fomos finalistas no ciclo... adoro-te desde sempre… O e-mail que me mandaste não serviu de nada…os nossos pais são muito amigos e o teu pai disse ao meu que ias para Miami, Sam, para Miami, e não nos disseste nada…não me disseste nada…como pudeste? Pensava que éramos amigos desde pequeninos…desde as nossas férias em Portugal, quando tínhamos apenas dois anos…desde que temos ambos raízes portuguesas…
Patrick ficava diferente quando estava triste… O seu cabelo loiro impecavelmente bem tratado estava desgrenhado, conferindo-lhe um ar giro. Os seus olhos azul-mar faziam qualquer pessoa perder-se na imensidão de cor. Mas a sua expressão de tristeza estava patente em cada olhar que ele lançava, em cada palavra que soltava, em cada posição que tomava; mexia nervosamente os braços e as mãos, ficando constantemente desconfortável.
Quando me senti em apuros, Thomas intercedeu e disse:
- Sam, vamos… temos que ir… - e pôs-me a mão no ombro.
Patrick ficou a olhar como se lhe tivesse caído o mundo aos pés e balbuciou:
- É por ele que vais embora Sam? É por ele?
Oh não, Patrick percebeu tudo ao contrário…
- Claro que não, eu vou porque…porque…porque vou estudar algo que gosto… tal como tu gostas de Engenharia eu gosto de Investigação… não tem nada a ver com Thomas… somos apenas amigos…
-Claro, amigos…conta-me histórias…sabes bem que é difícil acreditar nisso!!!
Para evitar mais sofrimento, decidi pôr fim à conversa e fui extremamente frontal, chegando até a ser rude:
- Olha, não é por causa dele. Mas e se fosse? Tu não és ninguém a quem eu tenha que dar justificações. As únicas pessoas que merecem explicações são eles – e apontei para os meus pais, que estavam estupefactos – e já as têm. Desta forma, suponho que não há mais nada a dizer. Adeus Patrick!
Indelicadamente, fiz-lhe sinal que se retirasse e, quando foi embora, irrompi numa crise de choro… não era propriamente a situação que eu estava à espera.
Quando finalmente arrancámos, entre lágrimas e abraços, tentei não parecer ansiosa, mas o facto é que a minha concentração tinha-se esvaído por completo; estava a tentar assimilar tudo. Thomas interrompeu o meu momento, dizendo:
-Vamos resolver um assunto muito importante… para isso, preciso de uma Samantha corajosa e de cabeça fria…preciso que faças isto, por ti…
segunda-feira, 30 de maio de 2011
continuação do 3º capítulo
Ele sorriu ligeiramente e eu fiquei a pensar se ele tinha apanhado qualquer coisa ou se tinha associado algum facto ao meu pensamento.
- Entra. Estamos aqui à porta e a Sra. Smith está a cuscar-nos. É uma daquelas velhotas prestáveis, simpáticas, mas extremamente curiosas, por isso, mais vale não dar motivos a mexericos.
Ele entrou e fotografou mentalmente todos os detalhes do hall de entrada. Era sem dúvida bom observador. Queria perguntar-lhe algumas coisas, mas decidi deixar isso para o caminho e fui chamar a minha mãe.
Quando entrei no seu escritório, ela sorriu-me e disse-me:
- Queres conversar filhota?
Achei aquela pergunta estranha vinda da minha mãe, pois ela nunca tinha feito esta pergunta muitas vezes.
- Mais tarde, talvez, mãe. A pessoa que me vem buscar para ir para a Universidade já chegou e tem que falar com vocês. São protocolos. Fica a saber que o seu nome é Thomas e está na sala à espera. Vou telefonar ao pai, pois houve uma alteração nas horas e ele chegou mais cedo.
-Muito bem, já lá vou ter.
Levantou-se, ajeitou o vestido super giro que envergava e perguntou:
-Estou bem?
-Estás sempre óptima mãe! - Dei-lhe um abraço e subi para o meu quarto, para ir telefonar ao meu pai.
Atendeu passados uns escassos segundos e expliquei-lhe brevemente que tinha chegado a pessoa que me levaria à Universidade por questões de alteração nos horários. Ele disse-me que já estava a caminho e desligou.
Quando desci até à sala, caiu tudo, mas quando digo tudo é mesmo tudo, aos pés! A minha mãe gargalhava com Thomas! Estavam a dar-se extremamente bem!
- Mas Sigmund Freud tinha um grande carácter. – disse Thomas. - Os seus estudos e análises foram todos eles brilhantes, principalmente a nível da sexualidade no ser humano e da interpretação dos sonhos.
- Tens razão. Por isso ele ficou tão conhecido. Ficou principalmente célebre pela psicanálise. - disse a minha mãe.
- Sim, mas Jean Piaget também fez um grande estudo com as crianças! Lembro-me agora daquela famosa conversa: “ O que faz o vento?” “ As árvores…” “ Como sabes?” “ Vi-as abanar os braços”…, foi entre Piaget e Júlia, correcto? Piaget também foi bastante bom em termos psíquicos.
Estava estupefacta. A falarem de Psicologia? Eles eram o máximo!
Tossiquei para que eles dessem por mim e a minha mãe disse:
- Sam, aqui o nosso amigo Thomas é um rapaz adorável. Extremamente dado à coisa da Psicologia. Talvez ele te consiga convencer a gostar um pouquinho mais daquilo que é a história da minha profissão.
-Ora essa, Sra. Windsor. Deixa-me lisonjeado com tantos elogios! A verdade é que me interesso por diversos tema e áreas. Não gostas da Psicologia Samantha? É interessante, a meu ver.
Sentei-me no mesmo sofá que a minha mãe e respondi-lhe:
- Não é o não gostar. É só que o meu interesse e atenção vai mais para outras áreas.
Ouviram-se as chaves na fechadura e a porta abriu-se, deixando irromper a figura magnífica do meu pai. Fui ter com ele à entrada, dizendo-lhe que a pessoa se chamava Thomas e que a mãe já gostava dele.
- Vais ver que ela ainda se vai armar em casamenteira! – respondeu ele. Acabámos por rir os dois; ambos sabíamos como era a minha mãe.
Quando entrámos na sala, o olhar de Thomas cruzou-se com o do meu pai e, porquê não sei, mas não ouve grande química da parte de Thomas. Acho que emanou no ar uma bela dose de hormonas masculinas, mas que só eu consegui perceber. Era uma coisa que já tinha anotado mentalmente para falar com Thomas pelo caminho.
- Sr. Windsor, o meu nome é Thomas Blackrose. Os directores, Dr. Shamus Christensen e Dra. Winnifred Boyden, pediram-me que viesse buscar a Samantha e mandam cumprimentos. Pedem desculpa por não estarem presentes, mas como devem compreender esta altura em que se faz a recolha e escolta dos alunos é complicada, principalmente quando se fazem novas matrículas.
-Trata-me por Jack. Sim, compreendemos. Mas confesso que tenho certas dúvidas em relação à escola. Visitei o vosso site e estava indisponível, pelo que não consegui satisfazer a minha curiosidade.
- Eu tenho uma antiga password que dá acesso ao portal da Universidade. Posso dar-vos essa password; eu já não a uso.
- Que prestável! – virando-se para mim, a minha mãe disse: Sam, não queres levar nada para o caminho? Vamos até à cozinha preparar uns petiscos para vocês.
Enquanto nos dirigimos até à cozinha, reparei que a minha mãe me olhava de esguelha e com um sorriso um pouquinho travesso.
- Olha mãe, esse esgar denunciou-te! Não te ponhas com a mania que és casamenteira que isso comigo não resulta!
- Sam, admite: ele é um bom pedaço. É lindo, todo jeitoso e, acima de tudo, é um rapaz extremamente bem-educado. Prestável, simpático e responsável. E vocês parecem-me tão…tão…semelhantes. Personalidade principalmente.
- Mãe, não te aproveites dos teus dotes profissionais para me revolveres os cantos do cérebro. Sim?
E sorri-lhe tão abertamente que pareceu que o sol resplandecia na cozinha.
Quando a vi tirar frango do frigorífico fiquei pasmada:
- Oh mãe, não vais fritar frango pois não? – que vergonha!
- Claro que vou! E vão uns rissóis também… precisas alimentar-te; e o Thomas também. - calou-se um pouco, como que a meditar, e disse: - Sam, vou ter tantas saudades tuas! Promete que me ligas quando chegares junto do… como é? ah, Shamus, eu quero falar com ele. Vais mandando uns e-mails de vez em quando e telefonas também. Tomei a liberdade de dar o número de telefone cá de casa e o meu do telemóvel ao Thomas: ele é mais velho, e já lhe pedi para te orientar agora nos primeiros tempos.
Aquilo deu cabo de mim: nem sequer comentaram ou questionaram o facto de ir estudar Investigação? A minha mãe não me disse nada e o meu pai também não. Quando voltámos para a cozinha, o meu pai ainda estava a questionar Thomas acerca da escola; quando o meu pai me perguntou se eu já estava pronta e eu acenei afirmativamente, apertou a mão a Thomas e dirigiu-se a mim:
-Agora que vais sair de casa, há cuidados que tens que ter. O Thomas parece-me bastante cuidadoso e responsável contigo; já tem todos os nossos contactos e ligar-nos-á, pois tu não podes por seres iniciada…ah não, não é iniciada, é caloira, certo? Como só podes estar disponível aos fins-de-semana, ele fala connosco por ti.
-Pai, não sou nenhuma incapaz! Sei escrever num computador e telefonar através de um telefone fixo ou telemóvel, ok? – e sorri para ele.
-Sabes que os teus pais só estão preocupados, mais nada. – disse Thomas. – é normal eles preocuparem-se. É longe e a diferença horária custa a suportar: são 3 horas de diferença. Uma vez que estás pronta e me parece que os teus pais não têm mais dúvidas, sugeria que começássemos a arrumar as tuas malas na carrinha; até Miami, ainda são umas horinhas de viagem.
-Vais até Miami a conduzir sozinho? - perguntou a minha mãe num desassossego.
-Não, o outro motorista encontrar-se-á comigo em Tijuana e depois vamos rendendo de vez em quando. Ligaremos quando chegarmos, não se preocupem.
Enquanto eles colocavam as minhas malas na carrinha, a minha mãe estava bastante emocionada e choramingando constantemente.
- A minha menina está a ficar crescida! Ainda ontem estavas no ensino primário e hoje estás a ir para a Universidade! Promete que não te esqueces de nós… vá, podes esquecer-te um bocadinho, para poderes pensar ali no rapaz musculado e jeitoso. Olha lá, não achas que ele vai ao ginásio?
Ao ver a minha cara séria disse, embora que sem se importar:
- E aqueles olhos? Tem uns olhos! Ninguém humano tem umas viseiras daquela cor. Que faróis! Cá para mim, ele é um príncipe, com sangue azul, palácio e aquilo tudo. Vais ser princesa..ah ah ah…a minha menina, uma princesa…
Com a minha mãe era sempre a mesma coisa: ambas fazíamos o mesmo quando estávamos a sofrer: fingíamos não estar mal nem incomodadas, mas por dentro estávamos a amargar.
Dei-lhe um abraço sentido, em forma de despedida: para mim, despedir era dizer até logo. Tirou do bolso uma coisa e deu-ma, dizendo:
- Samantha Torres Windsor, o que tens entre mãos é algo que está na nossa família há muitas gerações. Por favor, abre só quando chegares à Universidade. É da parte do teu pai, ou seja, tem raízes portuguesas; as gerações já nem se contam, embora tenha sido restaurado para que nada se perdesse. É um medalhão que agora estava na posse do teu pai e passa para ti, pois o teu pai é o filho mais velho, além de único filho. Quando tu tiveres os teus filhos, ele será entregue ao filho mais velho do sexo masculino. Está cheio de significado, que irás descobrindo com a tua estada na Universidade e ao longo da tua vida. Promete-me que não deixarás que ninguém to tire; é muito importante que o mantenhas sempre contigo.
Quando viu a minha cara confusa, a minha mãe sorriu: - é assim que vou recordar-te sempre!
- Oh mãe, o sofrimento afecta-te o cérebro: eu vou sempre ser assim. – e dei-lhe um abraço.
O meu pai chegou ao pé de nós e disse:
- Já está tudo na carrinha; já confirmaste se tens o que precisas?
- Sim pai, está tudo. – Virei-me para Thomas e disse: -vamos?
As despedidas nunca foram o meu forte, por isso, embora me custasse, queria despachar isto o mais depressa possível.
Recordei, sabe-se lá se pela última vez, Patrick, Jane, John e Anna. Recordei nós cinco, pelos tempos fora, sempre juntos; recordei as nossas brincadeiras de miúdos e as nossas aventuras, todas elas criadas na simplicidade dos nossos sorrisos. Quando comecei a minha jornada pelas aventuras com cada um deles, lembrei-me de Hayden.
Deixei os meus pais para trás de uma forma difícil. Embora eu fosse muito parecida com o meu pai, dava-me tão bem com a minha mãe!
Quando dei o último abraço aos meus pais, tive o vislumbre do carro de Patrick no fundo da rua: “era só isto que me faltava! O e-mail que mandei para os quatro era suficientemente esclarecedor! Não era preciso vir ao meu encontro para o confirmar!”
domingo, 8 de maio de 2011
3º Capítulo - "A falarem de Psicologia?Eles eram o maximo!"
O fatídico dia chegou. Durante a manhã estive relativamente calma, mas o bichinho no estômago começou a despertar depois de almoço. Arrumei a cozinha sozinha e pensei que seria a última vez, até Dezembro que o faria; uma coisa para mim bastante banal e, sinceramente, que eu acho que até ia sentir falta: “Ora essa”- pensei. – “Sempre andei às turras com a minha mãe porque ela me deixava sozinha a fazer as principais tarefas domésticas”. Brinquei com a espuma da loiça, fiz piruetas com o detergente e acabei por andar atarefada a limpar aquele lago de água e espuma que acabei por fazer na cozinha.
Eram já 15h00 quando comecei a ficar nervosa a sério. É verdade que me descontraí bastante com aquelas brincadeiras inocentes na cozinha, mas agora que já estava tudo limpinho e a brilhar de modo a ofuscar os olhos de toda a gente, confesso que até já me estava a sentir mal com a ansiedade. Como acabaria este dia?
Estava impaciente, basicamente por três razões: 1ª: já tinha as malas feitas e o quarto arrumado, o que me levava ao brilhante resultado de não ter nada para fazer (e só me vinham buscar às 17h00); 2ª razão, e de peso: nunca mais falara com Hayden e aquele possível encontro para ver se nos entendíamos estava a vê-lo por um canudo, e bem fininho; 3ª: já não falava com Thomas desde o dia em que recusei o seu convite para irmos juntos ao concerto. Teria ele ficado de alguma maneira triste ou ofendido por ter recusado? Acho que até estava a gostar dele e, para ser franca, o coração parecia um avião a descolar cada vez que o via. A minha auto-estima estava a níveis baixos pois sentia-me incapaz de resolver os meus próprios problemas.
O meu cérebro estava constantemente a fustigar isto e acabei por adormecer, pois como tive alguns momentos de ansiedade, passei as duas últimas noites quase em branco.
æææ
Decorrida meia hora, acordei. Foi um sono sem sonhos, bastante curto. Estavam a bater à porta firme e ritmicamente. O meu pai não era, pois ainda faltavam uns largos minutos para ele chegar e tinha as chaves de casa; a minha mãe estava em casa, fechada no seu escritório, a ouvir aquelas músicas que para mim são bastante deprimentes e que para ela são a melhor coisa que já se viu para atingir o “Nirvana”. Distraída como ela era, aposto que nem sequer ouvia o zumbido de um insecto da altura dela, por isso, desci em direcção à porta. O meu coração descolou do sítio, mas francamente não entendi muito bem porquê.
Ahhh pois, entendi quando abri a porta e vi aquele sorriso lindo de morrer de Thomas mesmo à minha frente. Não pensando em mais nada, atirei-me para os seus braços e, se ele não fosse forte e habilidoso o bastante, teríamos caído os dois no jardim. Ele agarrou-me e acabei por ficar ao seu colo, olhando para ele como uma parvinha. Definitivamente eu não era normal. Quando me falou, o meu cérebro deu três voltas com o som da sua voz:
- Olá Sam! Tudo bem contigo?
- Hum hum…estou optimamente bem. – Optimamente bem só agora, pensei eu.
- Deu para ver que sim…com o gritinho que mandaste.
E riu-se a bandeiras despregadas.
Gritinho? Eu deixei escapar um gritinho?! Tipo aquelas adolescentes histéricas que dão gritinhos por tudo e por nada?! “Samantha, enterra-te já!” – pensei.
- Por acaso não queres sair do meu colo não? Não é que eu não goste de te ter nos meus braços e que fique claro que estou extremamente confortável…mas suponho que os teus vizinhos devem estar a reparar em nós e os teus pais ainda aparecem e depois, o caso complica-se.
Opá, ele era realmente bem formado intelectualmente; cuidadoso e responsável. Não era qualquer um que se ia preocupar comigo e com o que as pessoas iam pensar.
Saí do colo dele e, realmente, a vizinha do lado estava ao pé das suas vedações cheias de árvores feias e mal aparadas a cuscar-nos. Como é que ele, estando de costas, deduziu que estávamos a ser observados? Ele tinha qualquer pontinha de mistério. E que eu não me chamasse Samantha se não fosse descobrir esse mistério todo.
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