segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Continuação do nosso 1º capítulo...

                                                                                   æææ

Eu era aquele tipo de rapariga dócil e extremamente divertida, mas tal como todos os adolescentes, também tinham dias um tanto ou quanto difíceis, por assim dizer. Fazia amigos com muita facilidade e tinha alguns: mas era aqui, em Los Angeles, não naquela escola desconhecida. Tinha de os deixar para trás e eu não queria isso. Passaram uns dias e eu tentei iniciar a conversa com os meus pais:
- Bem, não sei se já vos disse, mas candidatei-me ao ensino superior.
- A sério querida? – quis saber a minha mãe.
- Claro. – menti – O que vos faz feliz também me faz feliz a mim.
Meu Deus, estava a suar em bica, completamente nervosa e a entrelaçar os dedos constantemente. A isto é que se chama dar bandeira, concluí.
- Isso é óptimo filhota. E onde entraste?
Agora estava entalada por completo. A minha mãe já não estava na sala. Claro, Kate Windsor não se aguenta muito tempo no mesmo sítio.
- É surpresa.
- Sam, não gosto nada dessa ideia de surpresa. Diz-me para onde vais.
- Não pai, já te disse que é surpresa. – tentei mais uma vez convencê-lo, desta vez com sucesso.
- Ok, já és crescidinha, e se queres assim tanto fazer uma surpresa aos teus pais, pois bem, vai em frente. Quando vais?
- Ainda não sei. – menti.
Fez-se silêncio, até que eu disse: - vou para o meu quarto.
A conversa terminou por ali e, de repente, o meu pai chamou-me novamente. Era desta. Se calhar, tinha disfarçado mal. Tinha-se acabado a mentira e eu tinha-me espetado por completo. Mas não. Era outra carta para mim. O meu coração parou. E quando voltou a bater, obriguei fortemente o ar a deixar-se inalar. Mais uma vez sem
remetente. Deu logo para perceber que era da tal Universidade. Para ser honesta, tinha medo, ou talvez até receio, do conteúdo da carta. Mas resolvi abrir.
A carta dizia:

Cara aluna Windsor:
Como já deve ter reparado, o dia 1 aproxima-se. Para que não volte a mentir aos seus pais, iremos buscá-la dia 30 de Agosto, por isso prepare-os já. Sabemos que não lhes disse para onde ia: os nossos parabéns, pois fê-lo lindamente. Irá buscá-la uma carrinha branca, com o nome “Universidade de Ajuda à Investigação” (U.A.I). O motorista será um jovem que lhe dará o seu nº de processo escolar e lhe dará as informações necessárias, por agora, sobre a escola. Também será ele a falar e a convencer os seus pais de que é uma boa escola e você irá tornar-se uma excelente aluna, não que não o seja já.
Esperamos que possa usufruir da melhor maneira os últimos momentos com os seus pais e amigos, pois só os irá ver novamente a partir de 5 de Dezembro.

Com estima dos directores,
Dr. Shamus Christensen
Drª. Winnifred Boyden
P.S. Enviar-lhe-emos um e-mail para o caso dos seus pais lhe pedirem a confirmação.

Virei a carta, mas não continha nada no seu verso. Mas a textura era diferente; tinha como que uma espécie de gravura: a mesma textura da correspondência anterior.
Reli a carta novamente e, ao ler com mais atenção, senti um arrepio quando li as palavras “últimos momentos” e “amigos”. O problema continuava: Hayden, o meu melhor amigo. Decidi marcar um encontro com ele, num sítio que fosse familiar aos dois, para que pudesse mostrar-lhe tudo. Tinha que ser. Não conseguia encontrar uma forma de não o magoa, por isso, iria mostra-lhe as cartas. Se recebesse o e-mail, imprimi-lo-ia e mostrar-lho-ia também.
Fiz tudo o que tinha planeado. Fui para o meu quarto e liguei o coitado do meu portátil. Enquanto o ligava, telefonei a Hayden. Estava quase a desligar, quando finalmente atendeu:
- Hayden, preciso urgentemente de falar contigo! – tentei não parecer ansiosa, mas a minha voz saiu algo constrangida.
- Olá Sam! Que se passa? – Também ele estava ansioso. – Não tens atendido…
- Tenho um grande, mas mesmo grande monte de coisas para te dizer, mas preferia não ter que falar por telefone. Podemos encontrar-nos na praia?
- Por mim é na boa Sam. Vem. Estou um pouco curioso.
- Ok. Tenho que passar na loja de desporto. As minhas sapatilhas deram o estoiro de vez. E como a loja onde vou ainda é longe, encontramo-nos daqui a uma hora. Por ti está bem?
- Sim, por mim está bem. Até já!
Desliguei a chamada e olhei para o pobre do meu computador portátil. Ena, como era velhinho! E atafegado de autocolantes das personagens que protagonizavam CSI (Crime Scene Investigation) e, como não podia deixar de ser, de alguém relacionado com o desporto: Alvaro Bautista, piloto da MotoGP. Como a ligação à internet era bastante lenta, aproveitei para ir estender uma máquina de roupa. Claro, a minha mãe era psicóloga, por isso se não estava a dar consultas, estava em congressos: nunca estava comigo. O meu pai, Jack Windsor, era chefe dos bombeiros locais; era outro com pouco tempo para mim. As tarefas domésticas sobravam sempre para a mesma pessoa: pendiam sempre para o meu lado. Após a minha habitual tarefa de cuidar da roupa, voltei ao meu quarto e finalmente consegui ligação.

Espero que gostem...voltaremos a publicar brevemente!

4 comentários:

  1. Gostei:D
    Há que não esquecer de mim e da Dama quando isto for publicado em livro, sim??
    Hum...fico à espera do exemplar autografado:)

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  2. Combinado Sofia, eu própria(Sara) ofereço...
    :)

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  3. nao gostei pa parte dos bombeiros, mas de resto está brilhante !
    Parabéns menina Sara!

    **

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  4. Olá.... Tenho lido e tenho gostado do vosso trabalho :)
    Mas acho que deviam ter mais em atenção a pontuação, principalmente parágrafos. Há sitios que, como está tudo seguido, torna o texto um bocado confuso. Por vezes é preciso fazer-se parágrafos, para separar ideias, separar actos.
    De resto, acho que está um bom trabalho.

    Parabéns =D

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